terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Pois que se percebe a passagem do tempo quando não mais somos capazes de lembrar de um rosto familiar, sem que para isso tenhamos que empunhar uma fotografia já de bordas apagadas.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Saudade do futuro.

Carta 1

O que nos faz arribar, independente de nossa determinação para não esmorecer? Muito do que se busca hoje é pautado em conceitos de segurança, ideia confortante em meio a um caos criado; fruto de sucessivas tentativas de complicar o que pode ser leviano, simples. E quando encontramos a segurança, logo somos acometidos por uma espécie de melancolia, que se apodera de nossos espíritos e toma a sanidade de nossas ações. Os pensamentos são corrosivos, nos deixam imersos em um infinito de incertezas e na incapacidade da decisão. O tempo passa a passo manso, atormentando os espíritos que só anseiam para que aquele dia acabe, e é possível sentir a insegurança tomando uma parte do que nos é tão querido, precioso. E choramos; sem saber por que. 

A verdade é que não fomos feitos para a felicidade. Homem nenhum sabe lidar com ela. Nenhum.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Um Dito.

Desculpe-me, se por vezes penso em ti. Não é minha culpa. Sei que abuso, materializando-o em minha frente repetidas vezes, sem poder decidir os por quês ou comos. Talvez seja saudade. Não, não é racional, de fato; mas sinto não ter plenos controles sobre minhas ações. Com muita ternura penso em palavras e gestos, em como você me pareceu no começo e como é, ainda hoje. Ao longo dessa trajetória, mudamos, mas continuamos os mesmos. E eu queria poder dizer apenas que o amo, muito, sem que isso me inundasse com medos de pressupostos quaisquer, ou de finais iminentes e jamais esperados. Queria poder sentir minhas mãos protegendo algo tão precioso; mas me é recorrente assistir a tudo se esvair, aos poucos. E então, tudo remete a você. Novamente, me desculpe. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Verbetes Que Representam o Homem em Sua Condição de Humano

Protelar.
Um dos verdadeiros semblantes humanos. Um gesto, um momento, um fim. Às vezes, fruto de insegurança; outras, simplesmente resultado de se estar agarrado demais a algo, a ponto de não suportar qualquer mudança, por menor que esta seja. 
Insegurança.
Monstro de formas ingratas que nos assombra, a todos, sem exceção. É fato, mente-se para enganar o ego quanto à esta falha. Mas está lá, presente, e se torna arquiteta de todas as incertezas que nos fazem arribar, apesar de nossas desesperadas tentativas de jamais esmorecer. 
Confiança.
Representação do esforço supremo de toda uma nação, como indivíduo. Demanda tempo, solidez, estabilidade. E, em sua ausência, faz-se querer ter de volta todas as crenças já empregadas em algo, alguém; até o ponto de não restar nada, e tudo voltar ao início. Como relações.

...

De onde vem essa necessidade de se ater a algo, em determinado tempo-espaço? A busca pelos pequenos detalhes, que permeiam nossos relacionamentos e nos fazem mais fortes, ou fracos. Parece-me infindável. Desejo-te, sim. Como um todo, em suas partes, sutilezas e formas-de-ser. Quem dera soubesses quanto. Mas não, não agora, é impossível. Algo falta para o que se clama ser se consolidar, deixar de ser um vir-a-ser. Espero, não por muito, e anseio para que a ordem dos verbetes se altere.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pontual

Do fundo da alma eu desejo, e, mais que isso, suplico, que não seja esta mais uma tentativa vã que recaia sobre a solidão diária. Anseio, mais do que tudo, que não finde feito nós cegos que tanto pontuam nossa passagem por esse mundo. Afinal, confio, em você, em nós. Que não seja isso um erro. Por nós.